A Embrapa Soja está desenvolvendo uma pesquisa com quatro eixos temáticos que colaboram com a sustentabilidade produtiva da soja. São eles: Genética Avançada, Bioinsumos, Soja Baixo Carbono e Agricultura Digital. As informações serão apresentadas durante o Show Rural Coopavel, a ser realizado em Cascavel (PR), que começa nesta segunda (6) e segue até sexta-feira (10).
Genética Avançada
A Embrapa Soja vem investindo em diferentes frentes da genética: do melhoramento clássico, à edição do genoma da soja. Neste sentido, atua com transgenia e edição gênica, seleção assistida por marcadores moleculares e abordagens inovadoras para geração de novas soluções para manejos integrados para questões fitossanitárias e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A tecnologia de edição de genomas, por exemplo, possibilita alterar partes do DNA da própria soja modulando características desejáveis, sem a necessidade de introdução de DNA de outras espécies, preservando a biossegurança e iniciando os custos de colocação no mercado de tecnologias de base biotecnológica.
“A Embrapa Soja vem utilizando a genética tecnológica para desenvolver cultivares de soja altamente produtivas e com características de interesse como maior tolerância à seca e de melhor qualidade industrial. Outras tecnologias de ponta, como o uso tópico de RNA interferente para controle de pragas e seleção assistida por marcadores moleculares em alta performance, são também ações de pesquisa e desenvolvimento”, ressalta o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno.
Bioinsumos
A Embrapa Soja tradicionalmente desenvolve pesquisas relacionadas aos insumos biológicos, a exemplo das tecnologias para controle biológico de pragas em soja e da Fixação Biológica do Nitrogênio. Para atender aos desafios crescentes relacionados à utilização de bioinsumos, a Empresa vem trabalhando para aumentar a participação de insumos biológicos no controle de pragas, doenças e na promoção do crescimento em sistemas de produção convencional e de base agroecológica.
Também busca estimular a diminuição do uso de fertilizantes de origem não renováveis por insumos de base biológica na soja. A partir de suas coletas de microrganismos, a Embrapa Soja vem apresentando na prospecção e no desenvolvimento de bioinsumos inovadores.
“O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta e transformar esse recurso com valor imensurável em tecnologias para produção sustentável de soja é uma oportunidade fantástica para a Embrapa Soja e parceiros”, defende Nepomuceno. “Além da utilização direta de organismos vivos para manejo de pragas, fitonematoides e doenças, na fixação biológica de doenças e na promoção no crescimento de plantas, há também um campo enorme para identificação de metabólitos produzidos por estes organismos”.
Soja Baixo Carbono
A trajetória de inovação na agricultura brasileira é ancorada em tecnologias que preservam o meio ambiente, emissões de gases de efeito estufa e sustentam a transição para uma economia de baixo carbono. O Programa Soja Baixo Carbono (SBC), coordenado pela Embrapa Soja, em parceria com Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM, UPL, tem por objetivo mostrar a sustentabilidade da produção de soja brasileira, tornando tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos desta sustentabilidade.
O SBC está sendo pautado na mensuração dos benefícios e na certificação das práticas de produção que comprovadamente reduziram a emissão de GEEs em relação à média regional. A iniciativa tem utilizado uma metodologia própria, baseada em protocolos científicos validados internacionalmente, a partir de critérios objetivamente mensuráveis, reportáveis e verificáveis. A certificação da soja brasileira será orientada, privada e de empresas especializadas.
Com base em critérios científicos, o SBC permitirá a valorização da soja produzida por meio do uso de boas práticas agrícolas, como Sistema Plantio Direto; Integração Lavoura-Pecuária; inoculação adequada visando a determinação biológica de morrer; e manejo integrado de insetos-praga, plantas daninhas e doenças.
“Além da possível captura extra de valor para o produtor e empresas que fazem parte da cadeia, o programa alavancará o uso de tecnologias de consumo na produção de soja, garantido para a melhoria da imagem da soja brasileira no mercado global”, afirma Nepomuceno.
Agricultura Digital
Os últimos anos vêm sendo marcados pela transformação digital da sociedade e no agronegócio brasileiro. Várias soluções já estão disponíveis e outras em desenvolvimento para atender às necessidades do campo e ajudar o produtor na tomada de decisão, favorecendo a redução de custos e implementação de práticas cada vez mais.
De acordo com Nepomuceno, a cultura de inovação na Embrapa Soja está se fortalecendo a cada ano, por meio de iniciativas como o edital de inovação aberta, o Soja Open Innovation, idealizado para possibilitar parcerias entre a Embrapa, startups e empreendedores inovadores em tecnologias digitais aplicado ao agronegócio.
Ao encontro das transformações no campo, a Embrapa Soja atua no desenvolvimento da agricultura digital, desde sensoriamento remoto via uso de imagens de drones e satélites, desenvolvimento de aplicativos para automação de processos, desenvolvimento de sensores e algoritmos para detecção de pragas e problemas climáticos em tempo real, uso de robótica para aplicação de insumos, entre tantas outras estratégias.
Fonte: Lebna Landgraf/Assessoria de Imprensa da Embrapa Soja
Foto: ANeto/Arquivo Embrapa