A partir desta quinta-feira (16), os fiscais da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS) e do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) intensificam a vigilância e fiscalização na região da fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia.
A ação ocorre no Posto Esdras e no Buraco das Piranhas (Base da PMA), com vistorias em todos os veículos, conforme o protocolo do Mapa, e o repasse de orientações às pessoas sobre a gripe aviária e o que pode ser feito para evitar a disseminação da doença.
O reforço na fiscalização sanitária e em campanhas preventivas na região da fronteira do Estado com a Bolívia foi definido em reunião do Gease-MS (Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul) realizada na quarta-feira (15), na Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
A medida ocorre após a confirmação de casos de gripe aviária na Bolívia. Também há registros em outros países vizinhos como Venezuela e Colômbia. Nesta quarta-feira (15), Uruguai e Argentina também confirmaram os primeiros casos de influenza aviária.
Campanha preventiva
As ações preventivas começaram nesta semana nos assentamentos de Corumbá e Ladário em ação conjunta da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) com a Iagro (Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal).
Na terça-feira (14), coordenadores locais da Agraer e Iagro se reuniram com os membros do CMDRS (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentável) de Corumbá, que integra representantes de pescadores, ribeirinhos, quilombolas e agricultores tradicionais do Pantanal.



No decorrer da semana, a campanha preventiva também foi levada aos moradores dos assentamentos que estão na área de fronteira com a Bolívia: o assentamento 72, em Ladário; o Tamarineiro (I e II) e o Paiolzinho, em Corumbá. Na próxima semana a equipe prevê uma reunião no assentamento São Gabriel, às margens da BR 262, em Corumbá.
Até o momento, nenhum caso de gripe aviária foi confirmado no Brasil, por isso, ela é considerada uma doença exótica em território nacional. A orientação do governo federal é de que produtores rurais, técnicos agrícolas e criadores fiquem alertas para as aves com sinais respiratórios, nervosos, digestivos ou alta mortalidade, inclusive em aves de vida livre. Nesses casos, avise imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial de sua cidade ou pela internet na plataforma e-Sisbravet.
Sobre a doença
Apesar de ser exótica em território nacional, a influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) tem preocupado o mundo por ser uma doença viral altamente contagiosa e fatal que afeta aves domésticas e silvestres com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. A IAAP também pode ser transmitida para humanos, no entanto, não é uma doença transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.
De acordo com o Mapa, o período de maior migração de aves do Hemisfério Norte para a América do Sul vai de novembro a abril. Por isso, neste momento, o trabalho que vem sendo realizado é o aumento das ações de vigilância pelo serviço veterinário oficial e órgãos ambientais e o reforço das medidas de biosseguridade nas granjas pelos produtores, com o objetivo de detectar rapidamente o eventual ingresso da doença no país e mitigar os riscos de sua disseminação.
Na região das Américas, o vírus da influenza A(H5N1) foi identificado pela primeira vez em aves domésticas e selvagens em dezembro de 2014 na América do Norte. Desde então já foram registrados casos no Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Panamá, Peru, Estados Unidos, Venezuela e, mais recentemente, Bolívia, Uruguai e Argentina.
Fonte: Iza Olmos Rodrigues de Lima e Fládima Christofari/Assessoria Semadesc e Agraer com acréscimo de informações da OPAS/OMS
Foto Capa: Creisi/Pixabay