O abate de bovinos chegou a 9,30 milhões de cabeças no 1º trimestre de 2024, alta de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, e 1,6% superior em comparação ao 4º trimestre de 2023. Com isso, o abate de bovinos bateu o recorde da série histórica, iniciada em 1997. Já o abate de 1,59 bilhão de cabeças de frangos teve queda de 1,2% em relação ao 1º trimestre de 2023 e aumento de 4,0% na comparação com o 4º trimestre de 2023.
Os dados são das Estatísticas da Produção Pecuária, divulgadas no dia 06 pelo IBGE. Os números mostram também que o abate de 13,95 milhões de cabeças de suínos teve queda de 1,6% em relação ao mesmo período de 2023 e de 1,4% na comparação com o 4° trimestre de 2023.
O supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi, explica as razões do recorde no abate de bovinos. “Estamos num período de ampla oferta de animais para o abate, esses animais são provenientes de um ciclo de maior retenção de fêmeas observado entre 2019 e 2022, quando o preço dos bezerros estava em alta e a atividade reprodutiva das fêmeas tornou-se atrativa para os pecuaristas. A partir de meados de 2022 observamos o ciclo inverso, o preço dos bezerros caiu e as fêmeas passaram a ser destinadas ao abate com maior intensidade, além dos animais criados no ciclo anterior de alta que chegaram à idade de abate neste ano”, analisa Viscardi.
Em relação ao mesmo período de 2023, foram 1,84 milhão de cabeças de bovinos a mais no 1º trimestre de 2024, com aumentos em 23 das 27 unidades da federação (UFs). os incrementos mais significativos ocorreram em: Mato Grosso (+420,07 mil cabeças), Goiás (+263,41 mil cabeças), São Paulo (+219,41 mil cabeças), Minas Gerais (+206,49 mil cabeças), Pará (+180,04 mil cabeças), Rondônia (+155,75 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+110,36 mil cabeças), Bahia (+58,08 mil cabeças) e Paraná (+46,73 mil cabeças). Em contrapartida, a variação negativa mais expressiva ocorreu no Rio Grande do Sul (-34,41 mil cabeças).
Abate de frangos tem queda em comparação anual e produção de ovos atinge recorde na série histórica
O abate de 1,59 bilhão de cabeças de frangos, no 1º trimestre de 2024, representa queda de 1,2% em relação ao mesmo período de 2023 e aumento de 4,0% na comparação com o 4° trimestre desse ano. Este resultado é o segundo maior na série histórica da pesquisa, superado apenas pelo resultado alcançado no 1° trimestre de 2023. Contribuiu para o resultado o abate recorde no mês de fevereiro. Em contrapartida, em março, o número de cabeças abatidas ficou abaixo de fevereiro pela primeira vez, considerando toda a série histórica.
A queda no abate de frangos é provavelmente ocasionada por uma regulação na oferta de carne pelo setor. A carne bovina, proteína substituta ao frango, desvalorizou bastante nos últimos meses, o que dificulta o repasse de custos da cadeia produtiva da avicultura de corte ao consumidor final”, diz Viscardi.
O total de 19,15 milhões de cabeças de frangos a menos no 1º trimestre de 2024, em relação a igual período do ano anterior, foi determinado pela queda no abate em 13 das 25 UFs que fazem parte da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1,0%, ocorreram quedas em: Rio Grande do Sul (-21,52 milhões de cabeças), Minas Gerais (-3,83 milhões de cabeças), Goiás (-2,92 milhões de cabeças), Bahia (-2,80 milhões de cabeças) e Mato Grosso (-631,25 mil cabeças).
Já a produção de ovos de galinha atingiu 1,10 bilhão de dúzias, o que equivale a um aumento de 6,1% em relação à quantidade apurada no mesmo trimestre em 2023 e de 2,6% em comparação à registrada no 4º trimestre do ano passado. Essa foi a maior produção já estimada na pesquisa, alcançando novo recorde na série histórica, superando o 3º trimestre de 2023.
“A produção de ovos se encontra estimulada, especialmente em relação aos ovos para consumo. Trata-se de uma proteína de custo mais acessível que as carnes e de alto valor nutricional”, diz Viscardi.
Abate de suínos tem queda de 1,6% em relação ao 1º trimestre de 2023
No 1º trimestre de 2024, foram abatidas 13,95 milhões de cabeças de suínos, com queda de 1,6% em relação ao mesmo período de 2023 e de 1,4% na comparação com o 4° trimestre de 2023. Foi o período com os melhores meses de janeiro e fevereiro, mas somente o quarto melhor resultado para um mês de março (4,53 milhões de cabeças).
“A desvalorização da carne bovina também afeta o escoamento da carne suína no mercado interno”, explica Viscardi.
O abate de 229,81 mil cabeças de suínos a menos no 1º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por quedas em 15 das 24 unidades da federação participantes da pesquisa. Entre os estados com participação de ao menos 1,0%, ocorreram quedas em: Minas Gerais (-179,32 mil cabeças), Rio Grande do Sul (-85,35 mil cabeças), Santa Catarina (-83,07 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-42,80 mil cabeças), Mato Grosso (-40,48 mil cabeças) e Goiás (-9,04 mil cabeças).
Aquisição de leite tem aumento de 3,3% em comparação com o 1º trimestre de 2023
No 1º trimestre de 2024, a aquisição de 6,21 bilhões de litros de leite cru feita pelos estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) representou um aumento de 3,3% em relação ao 1° trimestre de 2023, e decréscimo de 4,4% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.
“A queda em relação ao último trimestre do ano anterior é cíclica, pois temos um declínio sazonal de produção em algumas bacias leiteiras importantes entre esses períodos. Com relação ao primeiro trimestre de 2023, tivemos um barateamento dos custos de produção em relação ao ano passado, além da valorização do produto ao longo do período e regularização das chuvas entre janeiro e março. Apesar da retração dos preços pagos ao produtor em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, o setor apresentou aumento de produção nesta comparação”, esclarece o supervisor da pesquisa.
Foram 198,90 milhões de litros de leite a mais captados em nível nacional, por causa de aumentos registrados em 21 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. As variações positivas mais significativas ocorreram em: Minas Gerais (+116,11 milhões de litros), Paraná (+27,33 milhões de litros), Goiás (+24,29 milhões de litros), Rondônia (+18,81 milhões de litros), Rio de Janeiro (+5,73 milhões de litros) e Sergipe (+5,63 milhões de litros). Em compensação, os decréscimos mais relevantes ocorreram no Rio Grande do Sul (-41,78 milhões de litros), São Paulo (-37,05 milhões de litros) e Pernambuco (-5,96 milhões de litros).
Por: Agência IBGE