Uma carga com 576 quilos de pêssegos importados dos Estados Unidos foi barrada pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O laudo com o resultado do exame laboratorial foi recebido nesta terça (11) pelos auditores fiscais, já com o alerta de Praga Quarentenária Ausente (PQA), de acordo com a atual lista publicada na Portaria SDA nº 617/2022.
De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário, Guilherme Farias, os pêssegos chegaram ao aeroporto na sexta-feira, dia 7. Ao analisar o material, o Vigiagro constatou a presença da lagarta, mas foi preciso enviar para análise laboratorial visando a identificação precisa da espécie. O exame foi feito pelo laboratório de diagnóstico fitossanitário Agronômica, de Porto Alegre.
O laudo indica que a praga é a Anarsia lineatella, um tipo de broca da ordem Lepidoptera e ausente no Brasil. Ainda não se sabe os riscos que esse inseto poderia provocar ao país, mas de acordo com Guilherme é até difícil calcular, porque sempre que uma praga inexistente entra no país as consequências da introdução na fruticultura nacional são imprevisíveis. As frutas importadas seriam distribuídas para pontos de venda.
De acordo com a chefe do Vigiagro em Guarulhos, Sandra Kunieda, a carga agora passará por uma fumigação, tipo de tratamento químico para mitigar os riscos de escape e introdução da Anarsia lineatella no Brasil. Em seguida, ela será encaminhada para destruição por incineração.
“Diariamente chegam cargas de frutas importadas no aeroporto de Guarulhos. Sabemos que a emissão do certificado é baseada na inspeção de parte da carga, ou seja, de uma amostra. Então, cabe à Vigiagro certificar que a carga está realmente livre de qualquer praga que represente risco agropecuário. Então, ao entrar no Brasil, uma nova amostragem é realizada, levando-se os frutos para exames sob lupa, onde além da observação da parte externa, também são realizados cortes para observação da parte interna”, explica a auditora federal.
A ação da Vigiagro e dos servidores, seja em portos, aeroportos ou fronteiras secas, é diária e focada na proteção da agropecuária brasileira. Caso uma carga contaminada entre no país sem fiscalização, os riscos à segurança nacional são inimagináveis.