A agropecuária é a grande responsável pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul que pode chegar a 5,5% neste ano. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que participou do lançamento oficial do plantio da soja em Mato Grosso do Sul, na última sexta-feira (15). O evento foi promovido pela Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS, Sistema Famasul e Governo do Estado, na Famasul.
A previsão é que a cultura da soja ocupe 4,2 milhões de hectares, e a Associação estima uma produção de 13,8 milhões de toneladas, redução de 7,92% e produtividade de 54 sacas por hectare, 13,52% a menos do que na safra anterior.
Mesmo com a expectativa inferior de produção, o secretário reafirmou a influência da agropecuária no desempenho do PIB sul-mato-grossense. “As pessoas questionam de onde tiramos esses 5,5% de crescimento do PIB do Mato Grosso do Sul? Vamos olhar a mudança de uso do solo do Estado, só isso já justifica. A hora que você acrescenta um milhão e meio de hectares para a soja, aumenta a produtividade, dobra a produção de milho, acrescenta um milhão e trezentas mil hectares de eucalipto. Então, só isso, esse movimento do agro é que efetivamente traz todo o desenvolvimento do PIB no estado de Mato Grosso do Sul. E depois, nós focamos obviamente, na expansão industrial para processar esse produto no nosso estado”, destacou o titular da Semadesc.
Segundo a Aprosoja, a queda na produção estimada de soja se deve a fatores climáticos. “A redução na produtividade e produção estimada pelo SIGA/MS para a safra 23/24, é justificada pela média histórica do estado, que considera a frustração de safra, causada pela severa estiagem que tivemos em 21/22. Apesar disso, a alta probabilidade da ocorrência do fenômeno El Niño indica um aumento no volume das chuvas. Caso isso ocorra entre os meses de janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica da cultura, o produtor sul-mato-grossense pode esperar uma safra de grandes resultados”, afirmou André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS, levando em consideração dados obtidos pelo Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio.
Sobre o custo de produção, a Associação informou que nesta safra, o custo por hectare apresentou queda de 10%, saindo de R$ 6.860,08 no ciclo anterior para R$ 6.170,61 em 2023. Contudo, o custo da saca por hectare passou de 42,88 para 51,42, incremento de 20%, justificado pela queda do preço médio da saca, que saiu de 180,00 para 120,00/sc.
O destaque deste ano é realização do custo de produção com a utilização de produtos biológicos. No total, o valor ficou em R$ 6.212,16, equivalente a 51,77 sacas por hectare, menos de 1% acima do custo tradicional.
Dobashi ressaltou que a utilização de biológicos tem ganhado espaço em Mato Grosso do Sul. “Muitos produtores estão iniciando a incorporação em áreas menores, até que comprovem a eficácia. E para a Aprosoja/MS, como Associação de produtores, é fundamental que o uso de ferramentas sustentáveis seja incentivado. Por isso, resolvemos incluir o custo dos insumos biológicos a partir desta safra”.
Fonte: Rosana Siqueira/Assessoria da Semadesc com informações da Aprosoja-MS
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