Raiva em herbívoros pode ser prevenida com vacinação de rebanhos e controle da população de morcegos

Mato Grosso do Sul registrou 46 casos de raiva em ruminantes em 2021, conforme levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No Brasil, anualmente são registrados centenas de óbitos pela doença em animais de produção, gerando um impacto econômico e social elevado.
A vacinação dos herbívoros domésticos (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equinos) e o controle da população de morcegos hematófagos são estratégias do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) para controlar a ocorrência de raiva nos herbívoros.
Em Mato Grosso do Sul, os Programas Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB) são coordenados pelo Fiscal Estadual Agropecuário, Fábio Shiroma.
As equipes da Iagro realizam visitas a propriedades, com vistoria a abrigos e captura de morcegos hematófagos, aplicação de pasta para controle populacional dos morcegos hematófagos, coleta de material, orientação sobre a vacinação preventiva do rebanho e a notificação de casos suspeitos, além de palestras a produtores rurais. As ações são realizadas constantemente para Controle e Prevenção da Raiva.
Nos herbívoros, a raiva é transmitida principalmente por morcegos hematófagos, também conhecidos como morcegos vampiros, especialmente os da espécie Desmodus rotundus, por meio da mordida. A doença não tem tratamento, sendo invariavelmente fatal uma vez iniciados os sinais clínicos. Ao contrário de animais de pequeno porte, como cães, a raiva em herbívoros se manifesta com sintomas de paralisia, queda, tremores, movimentos de pedalagem e dilatação da pupila.
A raiva em herbívoros tem sido notificada em todos os estados e já registra 50.944 casos de 1999 até julho de 2022. No ano de 2021, foram registrados no Brasil 661 casos de raiva, destes 642 em ruminantes. De acordo com os registros, 109 casos (17%) ocorreram em São Paulo, seguido por 92 (14,3%) em Minas Gerais e 65 (10,1%) no Paraná. Os demais estados apresentaram menos de 10% de casos.

Dentre os maiores riscos para a pecuária nacional incluem-se a perda direta de animais por se tratar de uma doença fatal, redução do ganho de peso dos animais devido às espoliações constantes por parte dos morcegos hematófagos, contato ou exposição dos trabalhadores com animais doentes, o que gera a busca por tratamento, acarretando afastamento do trabalho, assim como fatores psicossociais devido ao tratamento e aos óbitos de humanos.

As atividades de controle da raiva em herbívoros são coordenadas e supervisionadas pelo Mapa e executadas pelos Órgão Estaduais de Defesa Sanitária Animal. A vacinação contra a raiva nos animais é recomendada a partir de três meses de idade, reforço após 30 dias e a revacinação anual para o controle.

Caso um herbívoro apresente sinais neurológicos, o Mapa orienta que o produtor entre em contato com o Órgão de Defesa Sanitária Animal de seu estado para notificar a suspeita e, assim, propiciar as ações de controle e vigilância da doença.

Saiba como notificar casos suspeitos e enviar as amostras para diagnóstico de Raiva: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb

Fonte: Rebeca Torres/Assessoria de Comunicação do Mapa com acréscimo de informações

Foto: Arquivo Iagro